quinta-feira, 25 de março de 2010

Conheça: Manuel Bandeira


Manuel Bandeira, como era conhecido, ou Manuel Carneiro de Souza Bandeira nasceu no Recife, no dia 19 de abril de 1886.
Morou no Rio de Janeiro, depois em Recife, depois no Rio de Janeiro, Santos, Petrópolis e depois em São Paulo e futuramente no Rio de Janeiro novamente, onde viria a falecer.
Bandeira era tísico ou falando de maneira mais simples, tinha tuberculose, que era visto como o mal do século. Logo, a morte e a doença são temas presente em seus poemas, como o Pneumotórax:

"... - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.

- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino."

Faria, no futuro, parte da primeira fase do movimento Modernista.
Um dos poemas mais célebres de Manuel Bandeira, talvez seja o Vou-me embora para Pasárgada; poema este que retrata sua vontade de "sumir do mundo" em decorrência de sua doença, que acabaria tirando sua vida no dia 13 de outubro de 1968.
Pasargada é um local que existe apenas na cabeça do eu-lírico, no caso o próprio Bandeira e seria um lugar onde ele poderia fazer as mais diversas coisas, que em seu mundo real, sua saúde debilitada nao o permitia que fizesse.
Para quem quiser ler mais sobre a biografia e bibliografia de Manuel Bandeira, clique AQUI.

Leia Vou-me embora para Pasárgada:

Vou-me embora para Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora para Pasárgada
Vou-me embora para Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca da Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar
(...)

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver triste
Mas triste de não ter jeito
Quando noite me der
vontade de me matar
-Lá sou amigo do rei-
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolhei
Vou-me embora para Pasárgada

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